Antes de fazermos um planejamento de carreira, devemos ter consciência de qual cenário atual do mercado de trabalho que estaremos atuando. Segundo a ACAD – Associação Brasileira de Academias, o mercado fitness no ano de 2011 apresentou um faturamento de 2,2 bilhões, quase o dobro do ano anterior. Hoje contamos com 18.195 academias no país, sendo sua maioria pequenas e médias empresas, que atendem somente 2,8% da população.
Nosso mercado é animador, tanto o crescimento quanto a margem para a expansão são bem expressivos! Agora, para que possamos cativar uma parcela maior da população, não podemos fazer mais do mesmo, ou seja, se continuarmos prestando mais do mesmo serviço, somente dividirá ainda mais a quantidade de clientes nas academias e dos professores.
As necessidades dos clientes mudam muito mais rápido do que a formatação do ensino superior. Há anos que novos graduados ingressam no mercado de trabalho sem ter habilidades básicas para um bom atendimento das necessidades de uma prestação de serviço, portanto, cabe ao mercado os ensinar e, infelizmente, essa não é uma realidade exclusiva do Mercado Fitness.
Um artigo publicado por Monika Zulauf na revista Sociologias de Porto Alegre no ano de 2006, já apontava um problema semelhante no Reino Unido entre as décadas de 80/90. O estudo trata da disparidade entre o que as faculdades ensinam, o que os alunos acham que tem que aprender e o que realmente o mercado de trabalho precisa. Em resumo, o que foi constatado é que os ingressantes no mercado de trabalho tem que adquirir durante o seu processo de aprendizado habilidades básicas para a empregabilidade, ou seja, habilidades que são transferíveis para qualquer ramo de atuação.
Este cenário se encontra nos dias atuais aqui no Brasil, onde as empresas estão deixando um pouco de lado as habilidades técnicas e contratando pelas habilidades básicas, como: motivação, valores de vida, experiências extracurriculares, etc. Ressalta-se aí a importância de uma formação paralela a da faculdade para que o ingresso no mercado de trabalho seja satisfatório.
Após essa análise do cenário atual, podemos começar a pensar em nosso Planejamento de carreira. Para realizar essa tarefa devemos resgatar (ou mesmo definir) qual é o nosso sonho!
É imperativo que tenhamos um, algo que nos motive, que nos faça sair todos os dias de nossa cama com satisfação – e não estou falando do despertador. Em cada área de nossas vidas temos um sonho, mas é importante que eles não sejam antagônicos, exemplo: Ser um chefe de família super presente e ser um ótimo piloto de avião internacional. Quando temos um objetivo bem definido, corremos menos risco de nos abalar com as barreiras que fatalmente irão aparecer. Algumas delas podem até nos tirar do caminho rumo aos nossos sonhos, então devemos sempre estar atentos e corrigindo o rumo periodicamente. Você tem um sonho, um objetivo bem definido e irá se liderar daqui em diante, não será mais coadjuvante e sim o diretor de sua própria carreira. Lembre-se: onde sua mente estiver, seu corpo irá!
Comece como uma empresa: crie sua missão, determine seus principais valores e condutas. São esses valores que irão reger seu comportamento durante o percurso até alcançar os seus sonhos. Defina como você vai estar daqui a doze meses, três anos e nos próximos cinco anos. Não fique com essas ideias apenas na sua cabeça, coloque-as no papel, tenha o hábito de rever quais foram suas anotações e se algo mudou.
No próximo artigo vamos propor uma ferramenta para saber qual o panorama profissional que você se encontra, qual o momento que atravessa na carreira e suas qualificações. Até lá!
Herbert R. Oliveira é fundador da HR consultoria e possui mais de 8 anos de atuação no mercado fitness. herbert@hrconsultoriafitness.com.br