O modelo de negócio Low Cost surge com as empresas aéreas nos EUA e rapidamente esse modelo de negócios obtém sucesso em diversos setores. Essas empresas trabalham na estratégia de liderança do custo total. Filardi, Carneiro e Schneider (2014) dissertam que “a reestruturação” pode ser identificada pela transformação das estruturas e estratégias empresariais, que alteram as formas de organização, gestão e controle do trabalho e resultam em novas formas de competitividade. Academias low-cost fazem uso do destes conceitos e retiraram tudo que poderia encarecer o preço do ticket médio. Oferece-se, um serviço básico e essencial, sem, no entanto, alterar fundamentalmente a expectativa do cliente Muñoz; García, (2006). Essas academias oferecem um número restrito de atividades, preços baixos, equipamentos modernos e em quantidade, adesão descomplicada pela internet, reduzido número de funcionários; e arquitetura moderna. Este modelo de negócio de academia mudou radicalmente a forma de se pensar o setor em todas as esferas.
Os números em investimentos neste setor só aumentam apontam, Hallam (2012); De la Cámara (2015); Garcia, Gálvez, Bernal e Vélez, (2016). Países como EUA, Alemanha e Reino Unido o adotam há bastante tempo, mais de 15 anos. E estudos recentes mostram esse fenômeno ganhando forças também na Espanha, onde o modelo está presente desde 2008. No Brasil, temos um caso emblemático que surgiu em 2009 e deu uma grande reviravolta no mercado em vários aspectos. E a partir de então, outras empresas começam a adotar essa mesma estratégia empresarial.
O modelo “tradicional” de academia apresenta um alto custo para operacionalizar o negócio, Saba (2006); De la Cámara (2015) e De Bom e Freitas (2015). Este modelo é composto de professores, recepcionistas, agentes de limpeza, lanchonetes e até manobrista em alguns casos, entre outros profissionais. Por conta deste alto custo, as empresas Low Cost/Low Fare, vem ganhando espaço no setor, pois não repassam esses custos em seus preços.
Os clientes deste tipo de academia, têm acesso apenas a aquilo que vão utilizar, tornando-se uma opção para pessoas que queriam fazer só musculação ou esteira, por exemplo, e tinham de pagar pela estrutura inteira de uma academia “tradicional”, aponta De la Cámara (2015). Em uma explicação muito simplista, exatamente como as empresas aéreas fazeram com o este tipo de modelo, retirando tudo que poderia encarecer o bilhete e oferecendo o básico para o cliente atender sua necessidade. Viajar de forma barata.
Hallam, (2012); De la Cámara (2015); Garcia, Gálvez, Bernal e Vélez, (2016) explicam que esse mercado do fitness Low Cost, cresce de maneira considerável em todo o mundo, muito afetado pela economia. E a gestão estratégica sofrendo modernização e se adaptando à nova realidade econômica mundial, o dinamismo dos mercados e as diferentes condições de competição como aponta Arenaro e Dias (2010). Estes fatos aliados ao crescente número de academias, principalmente no Brasil, ajudam a entender a crescente do segmento Low Cost no fitness em todo o mundo. Indicando ser esse modelo de negócio uma tendência promissora, que perdurará por longo prazo e rentável para atual situação econômica do Brasil, principalmente, e gestores que desejam investir no fitness.
Ainda precisam de mais e melhores estudos neste setor, principalmente no Brasil, para termos uma melhor clareza deste cenário. Contudo, olhando para o sucesso das empresas aéreas e mais recentemente o setor fitness mundo a fora, este modelo se mostra bastante promissor e duradouro.
Rafael Fernandes – Mestrando em Administração Estratégica, Especialista em gestão de empresas de fitness e wellness, Especialista em Administração e Marketing Esportivo. Chefe de Esporte e lazer SESI- Unidade Santa Cruz, Coordenador academia Bodytown, Colunista dos sites: oportunidadefitness.com e gestaofitness.com.br, Pesquisador na área de gestão no fitness, Palestrante e consultor de academias, Professor de Educação Física (CREF 027635), Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/9268675559198932 – Tel:(21) 981760350