Academias Low cost, vilãs ou um divisor de águas para o mercado e profissão?
Academias Low cost, vilãs ou um divisor de águas para o mercado e profissão?
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Academias Low cost, vilãs ou um divisor de águas para o mercado e profissão?

 

Em 2009, surge no Brasil a 1º rede de academias Low cost do país. Este fato criou uma enorme ebulição no setor de academias. Mas, o fato é que não podemos ir contra uma tendência mundial e que mais ou menos dias iria chegar em nosso setor. Assim como foi no mercado da aviação civil e a indústria de móveis.

Depois de 7 anos no mercado, essa empresa ainda segue causando grande “desespero” nos empresários do setor, principalmente se estes descobrem que uma unidade irá abrir próximo de seus estabelecimentos. Nos diversos cursos, palestras e encontro de gestores que ministro e compareço, sempre o assunto vem à tona e as discussões são sobre a “formula mágica desta empresa”. E, sempre falácias e conclusões supérfluas e fora de contexto são geradas.  Na verdade, acredito que a falta de visão empresarial de muitos empreendedores e o precário conhecimento de gestão e administração auxiliam essa falta de visão estratégia para entender e analisar o mercado e as estratégias para saber tirar proveito da situação.

Este tipo de empresa low cost trabalha com o baixo custo. E, não, não é o baixo custo para o cliente. E sim o dela! Empresa. Por isso consegue repassar um valor menor para o seu cliente. Essa “mágica” consiste em adequação de processos e uma gestão muito eficaz e eficiente em relação aos custos da empresa. Isso ocorre, pois, esse tipo de empresa está pautada nas estratégias de Porter (2004) e Mintzberg et. al (2007, p. 38) que indicam três estratégias genéricas das quais uma organização pode lançar mão para que se obtenha sucesso em seu desempenho e que as necessidades de seus stakeholders sejam atendidas: diferenciação, liderança do custo total e enfoque. Porter, afirma que atingir uma posição de líder em custo total pode exigir investimento pesado de capital em equipamento, fixação de preço agressiva e prejuízos iniciais para consolidar uma parcela de mercado.  Mintzberg et. al (2007, p. 38) vai um pouco além e diz que o  custo de uma atividade é reduzido devido a forma como as demais atividades (enfoque e diferenciação) são desempenhadas, assim a empresa consegue repassar um custo menor, permitindo que a empresa obtenha retornos acima da média. O tema central da estratégia de liderança no custo total é a empresa fazer com que seu custo total seja menor do que o de seus concorrentes.

O que o setor fitness passa hoje com a chegada desta empresa, e estão previstas a entrada de outras empresas com o mesmo modelo de negócios para os próximos anos, os setores aéreos e moveleiros em todo mundo, para citar os mais famosos, já passaram também. E na minha ótica, qual aprendizado tiramos disso? Como as demais empresas destes setores se recuperaram? Com a profissionalização de suas empresas! Melhor atendimento os clientes, revisão de todos os seus processos, principalmente os de custo, investimento em treinamento e contratação de capital humano de qualidade (Gestão de recursos humanos) entre outras estratégias.

Penso que, a chegada dessa empresa, gerou um divisor de águas para o mercado fitness e mostrou o quanto os proprietários devem se profissionalizar, profissionalizar suas empresas, ter um olhar atento à gestão de pessoas e seus processos de todos os gêneros. Caso contrário, sofreram o revés que muitas academias têm sofrido e abem fechando as portas. Principalmente quando adotam o maior erro estratégico de baixar seus preços para tentar competir com uma Low cost, deixando para trás a essência de seu negócio e sem antes remodelar seu negócio seguindo os conceitos de Porter e  Mintzberg por exemplo para adotar essa estratégia.

Baixar os preços sem uma “reforma” de custos, você está diminuindo sua receita sem alterar seus custos e impondo sua empresa à uma descendente muitas vezes difícil de recuperar. Mexer no preço não é a melhor estratégia que as empresas que concorrem com uma low cost devem realizar. A reestruturação interna sem dúvidas é o melhor caminho a ser percorrido sem claro esquecer da essência de seu negócio. Para que seu negócio “veio ao mundo”? Pensando assim de forma mais racional, fica mais fácil entender que seu negócio não é low cost, enxergar os pontos positivos e negativos de sua empresa e trabalhar fortemente sobre eles para pensar de forma estratégica olhando o mercado a sua volta.

 

Referências:

ALAMDARI, F.; FAGAN, S.: Impact of the Adherence to the Original Low-cost Model on the Profitability of Low-cost Airlines. Transport Reviews, Vol. 25, No. 3, 377–392, Maio 2005

MINADEO, Roberto. Internacionalização do varejo: o caso Ikea. Revista Alcance–Eletrônica, v. 15, n. 03, p. 378-396, 2008.

De la Camara Serrano, M. A. (2015). El sector del fitness en Espana; analisis del gimnasio  low-cost y los centros de electroestimulacion integral. SPORT TK: Revista Euroamericana de Ciencias del Deporte, 4(2), 47-54.

PORTER, M. E. Estratégia competitiva: técnicas para análise de indústrias e da concorrência. Rio de Janeiro: Campus, 2004.

MINTZBERG, Henry et al. O processo da estratégia: Conceitos, contexto e casos selecionados. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2007. 485 p. Luciana de Oliveira da Rocha.

 

Rafael Fernandes

Mestrando em Administração Estratégica

Especialista em gestão de empresas de fitness e wellness

Especialista em Administração e Marketing esportivo.

Gerente geral academia Vittoria Cross Fit- Unidade Freguesia II

Coordenador academia Bodytown

Colunista dos sites: oportunidadefitness.com e gestaofitness.com.br

Pesquisador na área de gestão no fitness

Palestrante e consultor de academias

Professor de Educação Física (CREF 027635)

Currículo Lattes:  http://lattes.cnpq.br/9268675559198932

Tel:(21) 981760350

 

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Thais Almeida é diretora e curadora de conteúdo deste portal.

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