O primeiro passo para decidir o que colocar em uma área de conveniência é entender o que o seu cliente quer. Em casos de academias existentes é mais fácil: é só ouvir o que os alunos têm a dizer. No caso de novos empreendimentos, a decisão passa pelo entendimento do público-alvo, conhecimento da região e dos hábitos dos futuros clientes.
O cliente de academias de ginástica está cada vez mais exigente. E isso é bom! Sim, é muito bom, pois o cliente exigente valoriza um local que cuida de seu bem-estar e de seu conforto. Uma das áreas da academia que sempre gera valor percebido para o cliente é a área de conveniência.
A área que eu chamo de conveniência engloba, entre outros serviços, loja, brinquedoteca, sala de massagem, salão de cabeleireiro, ou seja, tudo o que não está diretamente ligado à prática de exercício físico nem à operação da academia, mas que proporciona algum tipo de facilidade para o cliente.
Em empreendimentos lucrativos, o espaço de conveniência costuma ocupar 5% da área total construída da academia (excluindo-se estacionamento e casas de máquinas). Por exemplo, em uma academia com 1.500 m2, você tem 75 m2 para esta finalidade. Cabe uma brinquedoteca e uma loja, por exemplo. Já em uma academia com 500 m2, a área de conveniência ideal de 25 m2 pode abrigar somente um serviço, que o empresário deve definir qual será.
Chegamos aí em um ponto crítico: decidir o que colocar. Muitas vezes, o empresário decide de forma reativa: alguém o procura interessado em locar o espaço, e, pensando somente na receita da locação, o dono da academia aceita. Nada contra locar o espaço, muito pelo contrário, acredito que terceirizar para alguém competente o que não é o seu negócio principal é muito bom. Mas quem deve definir as regras do jogo é o dono da academia.
O primeiro passo para decidir o que colocar é entender o que o seu cliente quer. Em casos de academias existentes é mais fácil: é só ouvir o que os alunos têm a dizer e filtrar as informações relevantes e possíveis. No caso de novos empreendimentos, a decisão passa pelo entendimento do público-alvo, conhecimento da região e dos hábitos dos futuros clientes.
Depois de definir o que será colocado, temos que decidir onde. Eu acredito que o foco da academia deve ser proporcionar facilidade para os alunos matriculados. Por isso, minha primeira ideia de localização é sempre dentro da academia, sem acesso ao público externo.
Mas existem exceções, é claro, quando o espaço é muito importante para o aluno e não é viável sem o público externo. Vou repetir: importante para o aluno e não por outro motivo! Nesse caso, a arquitetura tem de ser muito bem pensada para que o serviço de conveniência não se sobreponha visualmente à própria academia.
Falando em visual, chegamos em outra decisão: quem deve definir a arquitetura dos serviços de conveniência? Aí tem de entrar o bom-senso, sempre. A arquitetura e a comunicação visual desses serviços devem ser integradas à da academia, que é o espaço principal. Mas também deve ser respeitada a marca que está sendo colocada lá dentro. Minha sugestão é que o arquiteto responsável pela academia aprove o projeto dos espaços de conveniência, quando esses forem terceirizados, ou elabore, ele mesmo, o projeto usando o conceito de favorecer o aluno, respeitando o que é melhor para a imagem corporativa da academia como um todo, sem inviabilizar os outros negócios que estão lá dentro. Pense nisso e bom projeto!
Patricia Totaro é Arquiteta especializada em projetos esportivos com mais de 90 projetos neste segmento. patricia@patriciatotaro.com.br www.patriciatotaro.com.br