Empreender: você está preparado?
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Empreender: você está preparado?

Empreender é ter insights criativos e produtivos e testá-los na prática. É arriscar fazer melhor e fazer diferente. É oferecer a resposta que ninguém ainda apresentou.

Dizem que o Brasil não é um país de empreendedores e que estamos em oitavo lugar no ranking mundial das nações mais empreendedoras. Mas será que fomos mesmo educados para sermos empreendedores?

Resposta: Sim e não.

1. Sim, somos empreendedores pela necessidade, pela falta de opção, pela falta de empregos e pela falta de condições de subsistência. Nessa situação, muitos são obrigados a empreender carreira-solo, o que poderíamos chamar de “bicos”, que, em alguns casos, acabam gerando novos e grandes negócios. O que leva o brasileiro a empreender é, em muitos casos, o desespero ocasionado por um desemprego, por exemplo. Vejamos nos semáforos das grandes cidades a quantidade de pessoas que tiveram a iniciativa de gerar um novo negócio, por mais precário e amador que fosse. Nem todos conhecem o caso de um senhor, que morava embaixo de uma ponte, ao lado do Ceagesp, em São Paulo, e começou a pedir as caixas de madeira, utilizadas no transporte de frutas e verduras no Ceagesp, para construir casinhas para cachorro e, posteriormente, para bonecas.

O negócio prosperou e, hoje, ele tem uma pequena empresa que emprega mais pessoas. Esse senhor também não mora mais debaixo dessa ponte. Sua história foi, inclusive, tema de reportagem do Fantástico há três anos atrás.

Vejamos também o caso do camelô, que trabalhava no centro do Rio de Janeiro, e inovou no atendimento em um tipo de negócio que estava praticamente saturado. Hoje, ministra palestras para várias empresas, ensinando empresários a inovar, a empreender e a gerar novas ideias. O valor da hora/palestra cobrado por esse camelô é similar, ou até mais alto, do que o de muitos palestrantes já renomados no mercado, sem, no entanto, desmerecer a sua capacidade de também encantar as pessoas durante as suas palestras.

Portanto, muitas são as razões que levam o brasileiro a empreender. Vejamos ainda o caso das pessoas que começam novos negócios, simplesmente porque não querem ter patrões, horários rígidos de trabalho ou normas e regras a serem seguidas.

Mas será que todos têm sucesso?

De acordo com estatísticas oferecidas pelo Sebrae, em um prazo de até três anos, de cada dez empresas, sete irão fechar e deixarão de existir. E por quê?

Porque para empreender, além da iniciativa, é preciso disciplina, método, foco e, principalmente, conhecer a arte da gestão e do planejamento.

2. Não, não somos empreendedores, porque nossa educação não nos prepara para isso e é permeada pela falta de iniciativa. Não somos educados para apresentar soluções criativas. Somos educados para executar as soluções que outros preparam para nós. Somos educados para a obediência e para a submissão. Somos educados para seguirmos uma carreira que nos leve a uma aposentadoria tranquila, recebendo mês a mês o garantido salário e aguardando ansiosamente as tão merecidas férias. Ainda contamos com a filosofia de algumas religiões que pregam que “só os pobres e humildes terão acesso ao reino dos céus”, desestimulando qualquer um a ser dono de um negócio lucrativo que gere empregos ou fortunas. E ainda para reforçar tudo isso vivemos em um País cuja riqueza gerada, quase sempre, é fruto da exploração dos mais fracos, da escravidão e da corrupção, e cujas políticas paternalistas não valorizam a responsabilidade pelo sucesso ou fracasso de cada um, sempre aguardando um salvador da pátria que os venha salvar.

O que leva uma pessoa a ser empreendedora? Por quê algumas pessoas empreendem? O que é, afinal, empreendedorismo?

Empreender é gerar a novidade que produza resultados e que seja agente multiplicador, que gere novos postos de trabalho e prosperidade. O empreendedor acredita que por meio de suas ideias poderá fazer com que mais famílias tenham condições dignas de sobrevivência e que possam ir além da subsistência. O empreendedor pensa: se eu for muito rico, muitas pessoas que estiverem trabalhando comigo também o serão e viverão em melhores condições. É a proliferação da riqueza. ISSO É SER AGENTE MULTIPLICADOR.

Será que o empresário brasileiro pensa assim? Ou ainda está apegado às crenças dos seringais, da escravidão e dos generais?

Empreender é apresentar ao mercado o que o mercado precisa. É estar atento às tendências e, se possível, antecipar-se à elas, ou melhor ainda, gerar a necessidade e criar as tendências. É olhar além do muro que cerca os seus horizontes. Vislumbrar possibilidades e oportunidades que deem lucro, onde muitos veem obstáculos.

O empreendedor é dotado de iniciativa. Ele faz, em vez de ficar falando o que vai fazer. Ele coloca a “bola para rolar”. Planeja e parte para ação, diferentemente de muitos, que ficam debruçados anos e anos planejando coisas que nunca sairão do papel.

O empreendedor não pertence à turma do quase”: “Quase consegui; quase ganhei”. Também não pertence à turma dos que empurram com a barriga”, ou seja, aqueles que dizem “se posso deixar para amanhã porque irei fazer hoje?”. Não faz parte da turma das vítimas exploradas pelo patrão”, ou que vivem resmungando pelos cantos: “não sou pago para isso”.

O empreendedor quer ser o primeiro, porque concorda com o depoimento do inesquecível Ayrton Senna: “o segundo lugar é o primeiro lugar dos perdedores”.

Mas para empreender é necessário abrir uma nova empresa?

Não. Você pode buscar oportunidades de negócios internamente na empresa onde você atua hoje. Ou seja, buscar soluções que gerem valor por meio de uma inovação.

No entanto, para ter sucesso no seu empreendimento, não basta você acreditar em si próprio. Alguém deve acreditar em você. Muitos talentos são desperdiçados por não estarem preparados para gerir sua própria carreira.

Muitos novos negócios não saem do papel devido à incapacidade e à falta de iniciativa de levar projetos para além dos muros de seus próprios paradigmas. Paradigmas esses construídos por uma educação de País de terceiro mundo, reforçada por dogmas filosóficos e religiosos da exaltação da subserviência e obediência. Muitos ainda acreditam que somente com grandes sacrifícios e com o esforço supremo levado à exaustão é que conseguirão realizar seus objetivos.

Peter Drucker, o guru da administração, sempre falou em seus discursos que estamos na era do conhecimento. Importante salientar que a era do esforço físico no trabalho pertence à era industrial.

O mundo das ideias e da criatividade pertence aos empreendedores e nada tem a ver com esforço supremo da força física. Tem a ver, isso sim, com o tão propagado pensamento de Domenico DiMasi, que acreditava que por meio do ócio criativo é que serão geradas as novas ideias. Neste artigo, poderíamos utilizar para ilustrar nossa mensagem a tão famosa frase, repetida por nossos avós: “quem trabalha muito não tem tempo de ganhar dinheiro”.

Não estou querendo dizer que para sermos empreendedores, devemos viver o resto de nossas vidas deitados em uma rede olhando para o céu. Afinal, não basta termos ideias e não levá-las para o campo das ações. Isso é o mesmo que delirar ou ter sonhos que nunca sairão do mundo da imaginação.

Empreender é ter insights criativos e produtivos e testá-los na prática. É arriscar fazer melhor e fazer diferente. É oferecer a resposta que ninguém ainda apresentou.

É ousar sem medo de errar ou de cair. É ter a capacidade de se levantar rapidamente e ir em frente.

Isso é empreender. E as estatísticas dizem que todo grande empreendedor já “quebrou” pelo menos três vezes antes de alcançar o sucesso. As oportunidades estão por todas as partes. Abra os olhos e você verá que tem uma bem ao seu lado, ou bem “debaixo do seu nariz”. Sucesso!

 

Marynês Pereira é Business & Career Coaching pela Sociedade Brasileira e palestrante certificada da DDI Development Dimensions International. É Diretora- Executiva da Provider Solutions desde 2003.  marynes@providersolutions.com.br www.providersolutions.com.br   

 

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Thais Almeida é diretora e curadora de conteúdo deste portal.

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